quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

|7 on 7| Dezembro 2014 ( Especial Natal)


Olá a todos!!! Estas últimas semanas têm sido caóticas e, embora, o canal esteja mais ou menos actualizado, o blogue sofreu com a avalanche dos preparativos de Natal. Mas, como nunca é tarde aqui está o |7 on 7| deste mês. 
Desculpem-me meninas!

Em Janeiro, teremos algumas alterações neste projecto por isso, estejam atentos!!! Feliz Natal a todos e as 7 fotos deste mês são:



Nada me faz lembrar mais o Natal do que fazer pastelaria. E nesta altura, adoro fazer as minhas cookies de chocolate com um toque de corante vermelho.

 

Adoro decorações de Natal e aqui está uma das minhas brincadeiras com algodão, copos de conhaque anjos e estrelinhas.

 O Natal chegou também ao meu quarto e trouxe-me coisinhas lindas :D

Na minha santa terrinha, há dois tipos de presépio, o tradicional e a lapinha. Coloca-se o Menino Jesus no alto de uma escadinha e à sua volta, frutos para pedir abundância para o ano seguinte.


A escada também está toda enfeitada :D



E claro que não podia faltar o meu pinheiro de Natal!

Podem ver aqui também as fotografias dos outros participantes deste projecto:

sábado, 29 de novembro de 2014

Um Caso Perdido (Hopeless) de Colleen Hoover

Preferia saber a verdade, ainda que isso fizesse de si um caso perdido, ou continuar a viver uma mentira? Quando Sky conhece Dean Holder no liceu, um rapaz com uma reputação tão duvidosa quanto a dela, sente-se aterrorizada, mas também cativada. Há algo naquela figura que lhe traz memórias do seu passado mais profundo e perturbador. Um passado que ela tentou por tudo enterrar dentro da sua mente. Ainda que Sky esteja determinada a afastar-se de Holder, a perseguição cerrada que ele lhe dedica, bem como o seu sorriso enigmático, fazem-na baixar as defesas, e a intensidade da relação entre os dois cresce a cada dia. Mas o misterioso Holder também guarda os seus segredos, e, quando os revela a Sky, ela vê-se confrontada com uma verdade tão terrível que pode mudá-la para sempre. Será Sky quem ela pensa que é? E será que os dois conseguirão sarar as suas feridas emocionais e encontrar um modo de viver e amar sem limites? Um Caso Perdido (Hopeless) é um romance intenso que o irá comover e arrebatar, ao mesmo tempo que o fará recordar o seu primeiro amor.

A MINHA OPINIÃO: 

Um Caso Perdido é uma leitura estonteante! O ritmo que Colleen Hoover impõe é verdadeiramente alucinante. A sua escrita é sinónimo de fluidez e clareza. Contudo, o início da história peca pela escassa originalidade. Os primeiros encontros de Sky e Dean são remanescentes de outros encontros de outras obras literárias. Mas, a intensidade de emoções abundam graças à capacidade de Hoover em arrebatar o leitor.
A ironia da situação é que, um livro com o título " Hopeless", transborda esperança por todos os poros. Cria magia ao inspirar quem lê as suas páginas. É incrivelmente surpreendente com reviravoltas tão inesperadas quanto atemorizadoras! Para um livro "young-adult" aborda temas bastante actuais e sombrios. Revelá-los seria, sem dúvida, estragar o melhor do que este livro tem para oferecer. Os seus capítulos iniciais não adivinham o que se segue. É bastante poderoso com as emoções e os sentimentos a surgirem a cada momento apanhando as personagens e o leitor desprevenidos. Desde o desespero, à paixão, à vergonha e à descriminação tudo fluí com uma facilidade tremenda. Atenção, esta facilidade não deve ser confundida com leveza! Pelo contrário, Hoover não se limita a tocar a superfície do mais ultrajante e chocante do ser humano, ela mergulha por completo nele. 
Sky e Dean são protagonistas intrigantes e, há algo em cada um deles que nos desperta curiosidade. Ela vê-se como uma mulher incapaz de sentir verdadeiramente. É algo que lhe é intrínseco sem que ela saiba explicar porquê. Dean é o quase oposto. Aparentemente, sabe muito bem quem é e simplesmente, cria uma fachada para o mundo. Juntos descobrem segredos há muitos escondidos e um amor que tem tanto de perigoso quanto adorável.
É uma história muito bem delineada, com intervenientes muito reais e revelações súbitas. O adjectivo chocante seria demasiado simplório para os capítulos finais! Um Caso Perdido é um livro poderoso que fica connosco mesmo depois de o terminarmos.

6/7-EXCELENTE 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

As Dez Figuras Negras de Agatha Christie

Em Fevereiro de 1972, Agatha Christie escreveu uma carta ao seu editor. Nessa missiva, incluída nesta edição especial, a Rainha do Crime elegeu os dez livros de sua autoria de que mais gostava. As Dez Figuras Negras foi considerado pela autora como um "desafio que lhe trouxe muita satisfação". Publicado na Grã-Bretanha, em 1939, e nos Estados Unidos, em 1940, seria também adaptado para teatro e cinema.
Dez desconhecidos que aparentemente nada têm em comum são atraídos pelo enigmático U. N. Owen a uma mansão situada numa ilha da costa de Devon. Durante o jantar, a voz do anfitrião invisível acusa cada um dos convidados de esconder um segredo. Nessa mesma noite um deles é assassinado. A tensão aumenta à medida que os sobreviventes se apercebem de que não só o assassino se encontra entre eles como se prepara para atacar uma e outra vez…

A MINHA OPINIÃO:

As Dez Figuras Negras é um caso curioso... Frequentemente, os livros não correspondem às altas expectativas que criamos porém, há aquelas excepções gloriosas como esta obra de Agatha Christie. A maneira como a autora constrói esta história em torno de dez desconhecidos que estão isolados numa ilha é magistral! A escrita dá aquela sensação de asfixia, claustrofobia e desconfiança pelas quais as personagens estão a passar. O leitor deixa de ser unicamente, um observador. À medida que se sucedem as mortes, a tensão vai aumentando até atingir o clímax na página final com a revelação do inesperado assassino. É tudo planeado até ao mínimo detalhe.A  habilidade de Agatha Christie em nos fazer duvidar de todos, dos seus motivos e dos seus objectivos é verdadeiramente impressionante e extremamente acirrante!
Este livro é também uma interrogação ao conceito de justiça. Quem é que decide qual castigo para um crime? E porquê? Será o arrependimento e o remorso suficiente para colmatar a culpa? No fim, muitos dos personagens já se tinham condenado a si próprios. Será que o homicida não estará a atraiçoar a justiça, ao cometer crimes em seu nome? Agatha Christie faz-nos trabalhar as " celulazinhas cinzentas", como diria o seu afamado Poirot. Não nos dá o mais comum dos policiais em que temos de descobrir o perpetuador dos homicídios. Dá-nos uma teia complexa e, sim, queremos descobrir quem é o sujeito fugidio mas, principalmente queremos entender as suas razões.
Um obra prima que merece, indubitavelmente, um cantinho em todas as estantes!

7/7-OBRA-PRIMA

 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A Revolta ( Os Jogos da Fome III) de Suzanne Collins

 

SPOILERS NA SINOPSE
Katniss Everdeen não devia estar viva. Mas, apesar dos planos do Capitólio, a rapariga em chamas sobreviveu e está agora junto de Gale, da mãe e da irmã no Distrito 13. Recuperando pouco a pouco dos ferimentos que sofreu na arena, Katniss procura adaptar-se à nova realidade: Peeta foi capturado pelo Capitólio, o Distrito 12 já não existe e a revolução está prestes a começar. Agora estão todos a contar com Katniss para continuar a desempenhar o seu papel, assumir a responsabilidade por inúmeras vidas e mudar para sempre o destino de Panem - independentemente de tudo aquilo que terá de sacrificar...

A MINHA OPINIÃO:

A Revolta é o último livro da trilogia Hunger Games ( Os Jogos da Fome). Este volume foi uma completa decepção. O mundo criado por Suzanne Collins tinha tanto potencial e tanto carisma porém, nesta conclusão definha por completo. Não há equilíbrio entre a narração e a acção. Algo que podia ser mais desenvolvido e assim dar uma nova cor à história é esmagado. Sempre que surge um momento mais profundo e de evolução é, rapidamente, abafado pela repetição enfadonha do discurso de Katniss. Oh Katniss! O que te fizeram? Era uma personagem feminina forte mesmo sob a confusão da guerra mas, aqui torna-se numa menina adolescente histérica. Apesar de ainda restar um resquício da sua coragem, este é ofuscado pela insistência da autora num triângulo amoroso que,  já não era nada credível nos livros anteriores. Mrs. Collins, por favor.... Se quer grandiosidade épica mas, com uma profundidade emotiva tocante, não se limite a abordar os mesmos temas uma e outra vez. Era suposto as personagens terem amadurecido e, depois de um segundo volume trepidante, esta evolução invisível é uma autêntica desilusão. A leitura torna-se ainda mais dolorosa no seu último terço quando o impensável começa a acontecer. Infelizmente, sacrifício e morte são muito comuns numa guerra. A escritora enfatiza esse aspecto ao máximo mas sem o mínimo tacto e, muitas mortes não têm repercussão significativa na história. Aliás, as que deveriam ser mais impactantes são reduzidas a umas meras palavras.
No entanto, há que reconhecer que a imprevisibilidade de Peeta após, uma reviravolta única, criou uma ponte para escapar a este tédio. Bem haja a este rasgo de génio de Collins! Fez-me ler o livro até ao fim...

2,5*/7- RAZOÁVEL

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Para Sir Phillip com Amor ( Bridgerton V) de Julia Quinn

Sir Phillip sabia que Eloise Bridgerton tinha já 28 anos e era, pois claro, uma solteirona. Foi por isso mesmo que pediu a sua mão em casamento. Sir Phillip partiu do princípio de que Eloise estaria desesperada por casar e não seria exigente ou caprichosa.
Só que… estava enganado. No dia em que ela lhe aparece à porta, torna-se óbvio que é tudo menos modesta e recatada.
E quando Eloise finalmente para de falar, ele percebe, rendido, que o que mais deseja é… beijá-la.
É que, quando recebeu a tão inesperada proposta, Eloise ficou perplexa. Afinal, nem sequer se conheciam pessoalmente. Mas depois… o seu coração levou a melhor e quando dá por si está numa carruagem alugada, rumo àquele que pensa poder ser o homem dos seus sonhos. Só que… estava enganada. Embora Sir Phillip seja atraente, é certo, é também um bruto, um rude e temperamental bruto, o oposto dos gentis cavalheiros que a cortejam em Londres.
Mas quando ele sorri… e quando a beija… o resto do mundo evapora-se e Eloise não consegue evitar a pergunta: será que este pesadelo de homem é, afinal, o homem dos seus sonhos?
  
A MINHA OPINIÃO:

O quinto volume saga da família Bridgerton tem como protagonista, a indomável Eloise. Sendo o quinto livro que leio de Julia Quinn, era de esperar um certo cansaço ao enfrentar as suas histórias, mas ele ainda não se manifestou. Realmente, a escritora encontrou a sua fórmula vencedora. Ela cativa através de uma família enternecedora mas, hilariante e depois, desfere o golpe de misericórdia através de protagonistas adoráveis. É impossível não adorá-los e apreciar as suas inseguranças, as suas tentativas vãs de romantismo até a descoberta do verdadeiro amor conjugal e parental.  A autora não nos dá um vilão ou um mistério desta vez. Traz-nos um protagonista masculino diferente dos anteriores. Phillip não é um mulherengo e muito menos romântico porém, o seu charme e o seu carácter íntegro que atraem Eloise, também seduzem a leitora. A existir um vilão na história seria o passado triste de Phillip que lhe deixou marcas profundas. O seu relacionamento com Eloise ajudará a que ambos cresçam. Eloise é das irmãs mais novas de um clã familiar enorme e a sua confiança periclita quando se vê sozinha numa escolha que há muito fizera. A interacção destas almas "perdidas" tem tanto de encantador como de estranho e cómico . A esta equação temos de acrescentar dois gêmeos, filhos de Phillip, duas pestinhas de 8 anos.
Esta leitura é como os anteriores da série, uma delícia! Só peca por um final abrupto e demasiado fácil.

4/7- BOM

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

(7 on 7) Novembro 2014

7 Blogs, durante 7 meses no dia 7 vão publicar 

7 fotografias de um determinado tema
Infelizmente, tenho alguns meses atrasados desta rubrica que conto publicar aos poucos mas, hoje é dia de Novembro.
O tema deste mês é Paisagens.
Um dos lugares mais belos de Portugal, Sintra. Palácio da Pena.


 O ilhéu de Fora na ilha de Porto Santo, onde passei as minhas férias.

A minha linda terra, ilha da Madeira, Cabo Girão.

O pôr do sol através de nuvens lenticularis.

O descanso do guerreiro

Laurissilva, Madeira

O nascer do sol na minha santa terrinha :)

As outras meninas participantes:

Lots of Books and other things 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Em Chamas ( Trilogia Jogos da Fome II) de Suzanne Collins

A SINOPSE CONTÉM SPOILERS!!! 
Contra todas as expectativas, não só Katniss Everdeen venceu os Jogos da Fome, como pela primeira vez na história desta competição dois tributos conseguiram sair da arena com vida. Mas o que para Katniss e Peeta não passou de uma estratégia desesperada para não terem de escolher entre matar ou morrer, para os espectadores de todos os distritos foi um acto de desafio ao poder opressivo do Capitólio. Agora, Katniss e Peeta tornaram-se os rostos de uma rebelião que nunca esteve nos seus planos. E o Capitólio não olhará a meios para se vingar... O segundo volume da trilogia "Os Jogos da Fome" mantém um ritmo constante de adrenalina e promete tornar-se uma das leituras mais viciantes do ano.

A MINHA OPINIÃO:

Em Chamas é o segundo volume da trilogia de Hunger Games ( Os Jogos da Fome). É uma história  veloz e digna da sua predecessora. Suzanne Collins tem, claramente, um fim ao delinear cada passagem. Há amadurecimento das jovens personagens devido aos acontecimentos do primeiro volume. É natural a sua desconfiança e a potencialização dos receios mais profundos. Em tempos de guerra, reflecte-se no que ou em quem nos é mais querido. Embora a primeira parte deste livro peque por uma narrativa mais lenta com repetições, por vezes, desnecessárias, a segunda parte é um verdadeiro turbilhão de acções e emoções que rapidamente, fazem esquecer o início moroso. É tão intensa que termina brutalmente com uma reviravolta excepcional que seguramente, instiga o leitor a lançar-se ao terceiro e último volume da trilogia de imediato. Porém, esta desenfreada locomoção não apaga a fraqueza do " triângulo amoroso" : Katniss, Peeta e Gale. O inusitado e o despropositado abundam. Aliás, Gale seria, indubitavelmente, um personagem muito melhor sem esta colagem (má!) amorosa. Este" disparate" também afecta Katniss e Peeta. Ela é o centro deste triângulo mal construído limitando seu crescimento como protagonista da trilogia. Há que reconhecer que é possível que Katniss se encontre dividida entre dois rapazes mas, não há incongruência ou fundamentos credíveis para tal ou pelo menos, estes não são realistas o suficiente.
No entanto, Suzanne Collins merece felicitações pela personagem do Presidente Snow. É uma presença imponente e temível mesmo quando não se encontra em cena.
Em Chamas é uma leitura voraz mesmo com os seus defeitos e tem um final digno de cinema!

5/7- MUITO BOM

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Trilogia da Herança de Nora Roberts


















No centro desta obra apaixonante encontramos as irmãs Concannon, mulheres do nosso tempo, que vivem na mágica Irlanda, terra de colinas suaves e lendas antigas. Herança de Fogo é a história de Maggie Concannon. Talentosa e rebelde, Maggie é uma artista que trabalha o vidro. As suas obras de arte são mais do que apenas objectos belos, são reflexos da sua verdadeira natureza. Até que um dia, Rogan Sweeney, dono de uma das galerias mais sofisticadas de Dublin, descobre o seu trabalho. Se por um lado Rogan é um profissional e quer fazer dela uma artista conhecida e bem sucedida, por outro o seu coração atraiçoa-o pois está completamente apaixonado por aquela mulher rebelde e explosiva. Apesar de Maggie sentir o mesmo, uma relação entre ambos nunca poderá ser fácil… ou não houvesse um passado negro a assombrar o futuro. 
Quando as tempestades do Inverno varrem a Irlanda, toda a gente fica dentro de casa e os turistas deixam de aparecer. Como tal, até a acolhedora estalagem de Brianna Concannon se transforma num lugar frio e vazio. Mas isso não é um problema para ela, pois se há coisa que Brianna adora é paz e sossego, mesmo quando o vento gelado uiva nas janelas. Grayson Thane é um escritor norte-americano que cresceu num orfanato e sempre viveu sozinho. Assombrado por um passado que anseia esquecer, chega à estalagem de Brianna à procura de isolamento e inspiração para o próximo romance. Mas o destino oferece-lhe muito mais do que isso. A beleza de Brianna conquista o seu olhar, e a serenidade dela apazigua a sua alma irrequieta. Mas poderá o fogo nascer em dois corações tão gelados?

A MINHA OPINIÃO:

A trilogia da Herança marcou o meu regresso a Nora Roberts. Após algumas desilusões com as suas histórias, eis que surge a minha reconciliação com esta escritora. O encanto não foi perfeito mas, serviu para me voltar a importar com as suas personagens. Roberts constrói os habituais romances com um final feliz porém, na sua previsibilidade há que ter alguma originalidade. Esta trilogia ofereceu um escape delicioso à realidade. O seu absoluto deleite está na Irlanda. Através das suas páginas encontramos a beleza deste país onde o verde perdura e o misticismo está imbuído nas suas raízes e nas suas gentes. Cada livro tem um casal protagonista distinto porém, a dinâmica familiar que se estabelece entre todos é louvável além de proporcionar momentos hilariantes. Maggie, a personagem principal de A Herança de Fogo é verdadeiramente explosiva e decidida o que coloca uma dinâmica peculiar no primeiro volume. Ao invés, de ser Rogan a ditar o que esperar da relação, é ela quem o coloca contra a parede na maioria das situações. Uma lufada de ar fresco! Ao contrário da irmã, Brianna é sossegada e, aparentemente, mais calma o que torna o segundo volume mais pausado à semelhança desta irmã. Todavia, devido à interacção entre as irmãs e à história secundária, este livro não perde fôlego. É o terceiro que destoa ligeiramente dos restantes. Apesar de o seu protagonista masculino ser, inevitavelmente querido à leitora pois, é introduzido nos outros livros, o seu interesse amoroso está em desvantagem em relação a Brianna e Maggie. A narrativa é também mais previsível dentro da previsibilidade estimada o que torna a leitura menos atraente.
Nora Roberts mantém o seu estilo ao longo de toda a trilogia. São livros que entretém, fazendo sorrir e temer pelos seus intervenientes contudo, se não fosse pela beleza da Irlanda seriam muito idênticos a livros anteriores.

4/5- BOM

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Devaneios de Séries... Penny Dreadful (2014-)


A MINHA OPINIÃO:

Penny Dreadful é uma série emitida pela cadeia televisiva norte-americana Showtime. Surgiu de uma ideia de John Logan que a co-produz com Sam Mendes. Na Londres vitoriana, personagens fictícias criadas por Logan misturam-se com personagens tão familiares como Dr. Victor Frankenstein, Drácula, Dorian Gray e Van Helsing. Mas, estes não se limitam a encarnar os seus contra-partes literários. Apesar de manterem algumas parecenças, eles são dotados de motivos, histórias paralelas de arrependimento, de sonhos E de demónios pessoais que se entrelaçam com a grande história que se desenrola em grande plano. O primeiro episódio é introdutório e o tom de mistério e de horror que percorrerá toda a primeira temporada é como que, um anzol que agarra o espectador. De certo modo, cada personagem tem os seus segredos para perpetuar o seu lado negro e isso, é deveras intrigante.


O segundo episódio marca a série com emoções fortes e momentos aterrorizantes mas, memoráveis. É sacudido por revelações que, ligam ainda mais as personagens centrais. Começa a desabrochar a soberba interpretação de Eva Green como Vanessa Ivens. Ela incorpora perfeitamente os sentimentos contraditórios desta personagem extremamente complexa.  Vanessa seria a decepção da série se não fosse bem interpretada.  Ela é uma hipérbole gótica do "normal" ser humano. Procura enveredar sempre pelo bem porém, o seu lado oculto e negro está sob a sua pele prestes a surgir. 


Malcolm Murray de Timothy Dalton é quem reúne esta família bastante disfuncional sobre o mesmo tecto. Todos têm uma missão em comum além da pessoal e, isso, cria um elo estranhamente familiar entre Victor Frankenstein, um jovem médico, obcecado da inevitabilidade da morte e o enigmático Ethan Chandler, pistoleiro infalível mas, tal como Vanessa, tem um lado negro a espreitar sobre o ombro. Todos são exímios a dominar o seus respectivos personagens apesar de, não brilharem tanto como Eva Green. Brona Croft de Billie Piper é aquela personagem que, inicialmente, parece ser facilmente definível todavia, à medida que a temporada avança, é impossível não compreender esta imigrante irlandesa que foge ao seu passado sombrio. No entanto, é Dorian Gray quem menos me cativa. Os seus objectivos enquanto personagem não são muito claros e a aura de mistério e atracção que era, suposto, rodeá-lo não é palpável. Quando se encontra com o restante elenco não se destaca, desaparece na escuridão. Não sei ainda se isto se deve ao actor Reeve Carney ou ao argumento.


Penny Dreadful deve o seu nome a publicações de ficção e terror que eram vendidas em Inglaterra no século XIX. Fiel ao manuscrito que a baptizou, é repleta de momentos assustadores, arrepiantes com direito a saltos na cadeira e a pôr cabelos em pé. A cor gótica da cinematografia também contribui para este ambiente. Não obstante, é uma história bastante humana porque se há algo com que nos podemos relacionar é a possibilidade de remediar os nossos erros. Penny Dreadful é uma série com temporadas curtas pelo que, cada episódio é recheado de reviravoltas que prende o espectador. Já tem uma segunda temporada agendada para 2015.

TRAILER:


terça-feira, 28 de outubro de 2014

A Estrada de Cormac McCarthy

Um pai e um filho caminham sozinhos pela América. Nada se move na paisagem devastada, excepto a cinza no vento. O frio é tanto que é capaz de rachar as pedras. O céu está escuro e a neve, quando cai, é cinzenta. O seu destino é a costa, embora não saibam o que os espera, ou se algo os espera. Nada possuem, apenas uma pistola para se defenderem dos bandidos que assaltam a estrada, as roupas que trazem vestidas, comida que vão encontrando – e um ao outro. A Estrada é a história verdadeiramente comovente de uma viagem, que imagina com ousadia um futuro onde não há esperança, mas onde um pai e um filho, “cada qual o mundo inteiro do outro”, se vão sustentando através do amor. Impressionante na plenitude da sua visão, esta é uma meditação inabalável sobre o pior e o melhor de que somos capazes: a destruição última, a persistência desesperada e o afecto que mantém duas pessoas vivas enfrentando a devastação total.

 A MINHA OPINIÃO:

A Estrada é um livro diferente! Desde a sua escrita peculiar ao seu conteúdo pós-apocalítico que nos é dado de uma perspectiva mais intimista, a de um pai e um filho. Cormac McCarthy consegue nos interessar por este pai e este filho que caminham sobre uma paisagem lúgubre e encontram em cada esquina o lado mais cruel e sombrio do ser humano. A prosa desta obra é bela e imensamente credível apesar, da sensação de estranheza inicial. McCarthy é hábil com as palavras e, embora, a sua escrita seja muito distinta do habitual "normal" é um verdadeiro portento em manter a atenção do leitor. É o típico clássico: "primeiro estranha-se depois entranha-se". Um autêntico livro dramático como há poucos. É melancólico e angustiante até ao seu fim logo, não é para o palato de todos. É daqueles livros que tem de ser lido no momento oportuno para ser apreciado totalmente! Apesar de nunca nos ser revelado o nome próprio do pai ou do filho, eles apoderam-se do nosso coração e a sua luta pela sobrevivência torna-se tão palpável quanto a sede que temos de atingir o fim de cada capítulo. É uma história reflexiva pois, a Humanidade é colocada no pedestal mas também é destituída do mesmo com a mesma rapidez. Afinal, o que será que nos torna racionais? Vale a pena fazer tudo em nome da ambição? O escritor é mestre em desafiar os dogmas e a própria lógica do leitor.Todavia, sob esta genialidade há algumas falhas. Apesar de, enfatizar o terror e o drama, Cormac McCarthy não consegue impedir que nasça uma semente de esperança no espectador desta viagem de pai e filho. Faz parte do ser humano acreditar no melhor... Porém, o desfecho do livro pode não corresponder ao que esperamos e, para mim, é o pequeno ponto fraco do livro. Tem impacto e negá-lo seria mentira mas, não alcançou o patamar que desejava.

5/7- MUITO BOM

TRAILER DO FILME:



domingo, 26 de outubro de 2014

I've got your number de Sophie Kinsella


I've lost it. :( The only thing in the world I wasn't supposed to lose. My engagement ring. It's been in Magnus's family for three generations. And now, the very same day his parents are coming, I've lost it. The very same day. Do not hyperventilate, Poppy. Stay positive!! :)
A couple of glasses of bubbly with the girls at a charity do and Poppy's life has gone into meltdown. Not only has she lost her engagement ring, but in the panic that followed, she's lost her phone too. As she paces shakily round the hotel foyer she spots an abandoned phone in a bin. Finders keepers! Now she can leave a number with the hotel staff. It was meant to be!
Except the phone's owner, businessman Sam Roxton, doesn't agree. He wants his phone back, and doesn't appreciate Poppy reading all his messages and wading into his personal life. As Poppy juggles wedding preparations, phone messages and hiding her left hand from Magnus and his parents, can things get any more tangled?

A MINHA OPINIÃO:

I've got your number é o livro mais hilariante do ano! Sophie Kinsella consegue escrever momentos inusitados e absurdos de um modo tão natural que, parece que tudo é possível! É uma história bastante divertida ou não fosse a protagonista, a mais estouvada das mulheres. Poppy sabe como manter o ritmo frenético ao longo de todo o livro. Há sempre aquela sensação deliciosa da antecipação porque se, num momento, pensamos que adivinhamos com facilidade qual a opção que a Poppy vai tomar, no outro momento, ela bate todas as expectativas, é completamente imprevisível e quase sempre sai asneira! O que é muito bem-vindo! Rir é, sem dúvida, dos melhores remédios. Contudo, nem só das "tolices" da Poppy vive este livro. Sob este manto de leveza, está uma história bem construída e as personagens são, relativamente, complexas dentro do género chick-lit. Mesmo a Poppy que esbanja, aparentemente, confiança por todos os poros tem, secretamente, medo e receio que o seu intelecto não seja suficiente para o seu noivo e futuros sogros quase sobredotados. À medida que, as páginas surgem, nota-se um crescimento e quiçá, um amadurecimento nas personagens. As interacções entre cada um fazem-nos mudar comportamentos, atitudes desviantes ou simplesmente descobrir o seu eu, que foi ocultado por outrém.
I've got your number peca pelo penúltimo capítulo algo enervante e cliché e pela sua protagonista não ser totalmente original em relação a outras criações da autora.

4/7- BOM

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Os Jogos da Fome ( Trilogia Jogos da Fome I) de Suzanne Collins


Num futuro pós-apocalíptico, surge das cinzas do que foi a América do Norte, Panem, uma nova nação governada por um regime totalitário que a partir da megalópole, Capitol, governa os doze Distritos com mão de ferro. Todos os Distritos estão obrigados a enviar anualmente dois adolescentes para participar nos Jogos da Fome - um espetáculo sangrento de combates mortais cujo lema é «matar ou morrer». No final, apenas um destes jovens escapará com vida… Katniss Everdeen é uma adolescente de dezasseis anos que se oferece para substituir a irmã mais nova nos Jogos, um ato de extrema coragem… Conseguirá Katniss conservar a sua vida e a sua humanidade? Um enredo surpreendente e personagens inesquecíveis elevam este romance de estreia da trilogia Os Jogos da Fome às mais altas esferas da ficção científica.

A MINHA OPINIÃO:

Os Jogos da Fome é um primeiro livro trepidante de uma saga distópica que promete. Suzanne Collins constrói um mundo alternativo bastante plausível. Panem é a grande criação da autora. Collins  coloca nas mãos do leitor todas as peças da história deste país governado por um presidente déspota e, logo, põe a responsabilidade da decisão nas suas mãos.  Claro que há tráfico de influências porque, os protagonistas são contra o regime porém, Katniss não é, particularmente, adorável. É uma personagem principal bastante antagonista. Se a respeitamos pelo seu sacrifício também não a suportamos face à sua arrogância ( necessária, por vezes, é certo!) e constante indecisão. Peeta é um protagonista mais "normal" sendo que, é mais empático e traz à tona o lado bom de todos os personagens incluindo, a Katniss. Quanto a Gale, respeito a sua determinação porém, parece-me que o seu desenvolvimento é escasso neste primeiro livro. As personagens secundárias Effie e Haymitch são tão bizarras quanto atraentes. Effie é a aparente personificação do que apregoa o Capitólio. Inicialmente, parece viver da superficialidade e da vangloriação própria porém, é mais complexa do que sugere e vai desabrochando com o avançar das páginas. O mesmo sucede com Haymitch. Temperamental, irascível e aparentemente insuportável, ele é um enigma que se revela muito valioso para a história em si.
No entanto, Os Jogos da Fome não é equilibrado... Não há uma harmonia entre a acção e o desenvolvimento das personagens. O relato na primeira pessoa é também inconsistente e de certo modo, reflecte a insegurança e confusão de Katniss.
É uma leitura voraz mas não é perfeita!

4,5/7 BOM**

domingo, 12 de outubro de 2014

Before I go to Sleep de S. J. Watson

As I sleep, my mind will erase everything I did today. I will wake up tomorrow as I did this morning. Thinking I'm still a child. Thinking I have a whole lifetime of choice ahead of me...'

Memories define us. So what if you lost yours every time you went to sleep? Your name, your identity, your past, even the people you love — all forgotten overnight. And the one person you trust may only be telling you half the story.
Welcome to Christine's life

A MINHA OPINIÃO: 

Before I go to Sleep é um livro que nos deixa sem fôlego! A narrativa é tão rápida e a noção de que a protagonista quando adormece perde todas as memórias desse dia é uma catapulta para uma leitura voraz. Christine é, à semelhança, do leitor, ignorante ao que lhe aconteceu no passado e com ela vamos construindo o puzzle que é a sua vida. S.J. Watson escreve de forma a não preferir ou preterir nenhum dos personagens. É tão eficaz que chega a confundir os sentimentos do espectador bem como os da personagem principal. Em quem confiar? Todos ou ninguém? A atmosfera desta história chega a ser asfixiante e paranóica alimentando as páginas de tensão e suspense
É uma obra dominada pelas emoções e contradições de Christine que, são plausíveis devido ao seu estado de amnésia. As personagens secundárias são Nash, o seu médico e o seu marido Ben. Tal como ela desconfiamos até do ar que respiramos quanto mais de dois "estranhos".  Mas, o curioso do enredo de S. J. Watson é que, os outros intervenientes que vão surgindo também se vão tornando suspeitos.
A reviravolta final foi-me totalmente inesperada e há que congratular o autor. Porém, após uma reflexão há uma percepção de que poderá haver um plothole que, provavelmente não escapará a leitores mais versados neste género literário.
Before I go to Sleep foi uma leitura acirrante com momentos angustiantes e trepidantes porém, não é infalível!

5/7- MUITO BOM

TRAILER:

 

domingo, 5 de outubro de 2014

Devaneios de Séries... Once Upon a Time ( 2011- )


A MINHA OPINIÃO:

Once Upon a Time é uma série produzida e emitida pelo canal televisivo ABC nos Estados Unidos da América. Foi concebida a partir de uma ideia de Edward Kitsis e Adam Horowitz, criadores da série Lost e ambos, são, actualmente, escritores e produtores da série.
Na pequena cidade ficcional de Storybrooke no Maine, vivem várias personagens do mundo dos contos de fadas que foram transportadas para o "mundo real" devido a uma maldição. Habitualmente, cada episódio contém duas linhas narrativas: uma no presente e outra no passado. 
A maioria das personagens integrantes desta série são sobejamente conhecidas: a Snow White ( Branca de Neve) e o seu príncipe, a Evil Queen ( Rainha Má) e os anões fazem parte do nosso imaginário infantil. Aqui são fiéis ao seu espírito primordial porém, trazem uma nova roupagem. É investigado o porquê de serem quem são e, em consequência, são mais arrojadas e nada aborrecidas. Rumpelstiltskin é talvez, dos protagonistas menos célebres. Tem origem num conto alemão obscuro contudo, a sua personagem é um dos atractivos da série. Graças ao seu mistério e à brilhante interpretação de Robert Carlyle, é impossível não se fixar na história deste duende. Emma Swan ( Jennifer Morrison) e Henry Mills ( Jared Gilmore ) são as únicas personagens que foram totalmente criadas de raiz para a série televisiva. São eles que farão descarrilar uma sucessão de acontecimentos que transformarão Storybrooke. Emma é, supostamente, a que quebrará a maldição que mantêm os seus habitantes prisioneiros.


Once Upon a Time beneficia da sua originalidade. O modo como reinventa personagens tão familiares e cria ligações, surpreendentemente, lógicas entre eles é louvável. Ao dar-lhe um passado, motivos e objectivos, os escritores da série demonstram que todos procuram o seu final feliz. Às vezes, a forma de o conseguir é que é distinta.  Rapidamente, nos apercebemos que nem todos os vilões são totalmente maus e não todos os bons são totalmente bons.


Actualmente, no seu quarto ano de exibição, Once Upon Time teve uma primeira temporada fulgurante com reviravoltas e momentos de grande impacto para o telespectador incluindo, o seu final estonteante. Na segunda temporada decaiu em ritmo e brilhantismo sendo que, eram frequentes os episódios "filler" que não fazem mover a grande história. Todavia, nesta temporada é-nos apresentado duas novas personagens com grande importância nos episódios e temporadas subsequentes: Neal Cassidy e Killian Jones mais conhecido por Hook ( Capitão Gancho).


Na terceira temporada, os autores apostaram em dividi-la em duas metades distintas cada uma com o seu antagonista. Deu mais dinamismo à série e trouxe novos mundos a este mundo como Neverland ( A Terra do Nunca) e  Oz. 
Os figurinos e os cenários da série são deslumbrantes se bem que, os seus efeitos visuais fiquem , por vezes, a desejar. Não obstante, Once Upon a Time é um entretenimento sólido que derruba todos os preconceitos que possam ter acerca destas personagens! E se pensam que a vossa árvore genealógica é complicada deviam de ver esta série e tentar construir a de Henry Mills...

TRAILER DA 1ª TEMPORADA:  

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Landline de Rainbow Rowell

Georgie McCool knows her marriage is in trouble. That it’s been in trouble for a long time. She still loves her husband, Neal, and Neal still loves her, deeply — but that almost seems beside the point now.
Maybe that was always beside the point.
Two days before they’re supposed to visit Neal’s family in Omaha for Christmas, Georgie tells Neal that she can’t go. She’s a TV writer, and something’s come up on her show; she has to stay in Los Angeles. She knows that Neal will be upset with her — Neal is always a little upset with Georgie — but she doesn’t expect to him to pack up the kids and go home without her.
When her husband and the kids leave for the airport, Georgie wonders if she’s finally done it. If she’s ruined everything.
That night, Georgie discovers a way to communicate with Neal in the past. It’s not time travel, not exactly, but she feels like she’s been given an opportunity to fix her marriage before it starts . . .
Is that what she’s supposed to do?
Or would Georgie and Neal be better off if their marriage never happened?

 A MINHA OPINIÃO:

Landline é uma história que aborda um tema célebre entre obras literárias, televisivas e cinematográficas: a reconstrução de um casamento. Porém, não é banal ou monótono. Pelo contrário, devido à escrita de Rainbow Rowell é tão encantador como dilacerante! A autora opta por contar a actualidade contudo, faz analepses oportunas e deliciosas. Georgie McCool é uma protagonista muito competente ao atrair o leitor para o livro. Entendemos a sua ebulição de sentimentos e, desesperamos ou regozijamos com ela. Às vezes, achamos que Georgie não merece alguém como Neal no entanto, acabamos sempre por simpatizar com a personagem principal e a sua luta interior. O livro também vive dos seus momentos caricatos e hilariantes que, dão leveza ao drama que se desenrola em primeiro plano. É, indubitavelmente, uma história enternecedora que enche o coração, particularmente, nas suas páginas finais. Talvez pela acção se desenrolar no Natal, o livro lembrou-me desse período e aí desejei tê-lo lido nessa época específica para absorver ainda mais o espírito de redenção, reconciliação e família. Não obstante, Landline beneficiaria de mais equilíbrio na narração. Apesar de caloroso, o final é abrupto e curto para as expectativas que criou. 
Landline tem uma escrita maravilhosa e não fosse a brusquidão do seu término, seria perfeito!

5/7- MUITO BOM

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Rapariga de Papel de Guillaume Musso


Há apenas alguns meses, Tom Boyd era um escritor famoso em Los Angeles, apaixonado por uma célebre pianista. Mas na sequência de uma separação demasiado pública, fechou-se em casa, sofrendo de bloqueio artístico e tendo como única companhia o álcool e as drogas. Certa noite, uma desconhecida aparece em sua casa, uma mulher linda e completamente nua. Diz ser Billie, uma personagem dos romances dele, que veio parar ao mundo real devido a um erro de impressão do seu livro mais recente. A história é uma loucura, mas Tom acaba por acreditar que aquela deve ser de facto a verdadeira Billie. E ela quer fazer um acordo com ele: se ele escrever o seu próximo romance, ela poderá regressar ao mundo da ficção. Em troca, ela ajuda-o a reconquistar a sua amada Aurore. O que tem ele a perder?

A MINHA OPINIÃO:

A Rapariga de Papel é, em certa medida, fiel ao estilo de escrita de Musso. É recheado de acontecimentos surreais tais como a ideia de uma personagem cair de um livro e confrontar o seu escritor. O início deste livro é contagiante e voraz. Tom Boyd não é das pessoas mais agradáveis no início e o seu caminho para a auto-destruição é condenável porém, há algo nele que nos indicia que ele é passível de compaixão e compreensão. Estes sentimentos são, depois fundamentados pela história tocante de Tom e dos seus dois amigos de infância, uma mulher e um homem, num bairro problemático. Os dois ainda se mantêm por perto sendo que, ele  é o seu agente e ela é polícia. Tom Boyd é, na verdade, uma excelente pessoa. Ele foi a âncora e a tábua de salvação para os seus amigos. Todavia, não é imune ao desgosto de amor e depois, ao bloqueio de escritor. Boyd é um protagonista empolgante porque, é incrivelmente realista nos seus desencontros e reencontros da vida. Normalmente, a magia de Musso é aliar um personagem credível com outro que tem os pés assentes no surreal. Billie, criada por Tom Boyd que cai de um livro mal impresso é o toque característico do escritor. O confronto de Billie com Tom é vibrante! O próprio leitor se deixa apanhar na magia que é um personagem ajudar o seu criador. O livro torna-se uma paixão e como tal é irresistível. Tudo seria perfeito se não fosse o fim tão incongruente para as obras de Musso. O escritor opta pelo final mais "normal" e vulgar e ele, próprio, desfaz o sonho. É decepcionante alcançar as últimas linhas e não encontrar uma réstia do esplendor dos capítulos anteriores.  Este é certamente, um livro que merecia muito mais!...

3.5/7- RAZOÀVEL

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

The Invention of Hugo Cabret de Brian Selznick

Caldecott Honor artist Brian Selznick's lavishly illustrated debut novel is a cinematic tour de force not to be missed!

ORPHAN, CLOCK KEEPER, AND THIEF, Hugo lives in the walls of a busy Paris train station, where his survival depends on secrets and anonymity. But when his world suddenly interlocks with an eccentric, bookish girl and a bitter old man who runs a toy booth in the station, Hugo's undercover life, and his most precious secret, are put in jeopardy. A cryptic drawing, a treasured notebook, a stolen key, a mechanical man, and a hidden message from Hugo's dead father form the backbone of this intricate, tender, and spellbinding mystery.

A MINHA OPINIÃO:

The Invention of Hugo Cabret é mais que um livro! É uma experiência mágica e única... Através de ilustrações fenomenais e uma prosa simples mas, rica conhecemos a história encantadora de Hugo Cabret. Este rapaz e a sua amiguinha, Isabelle são os guias de uma aventura que almeja reconstruir um autómato que foi o último trabalho do pai de Hugo. A curiosidade deles torna-se nossa e a mensagem que, este homem mecânico esconde torna-se tão fundamental para o leitor como para os pequenos protagonistas.  Porém, a restauração física de uma peça mecânica é uma metáfora para o que Hugo está a fazer. É como se se estivesse a consertar a si próprio. Hugo amava tremendamente o pai e o seu luto é dedicado a esta máquina partida. Selznick consegue ainda outra proeza ao fazer com que a jornada de Hugo mude também a vida de outras almas "partidas". Esta é uma história que se cimenta sobre aquilo que nos é mais querido enquanto, humanos: um lar. A família, a segurança e amor que nos traz.
Esta preciosidade literária delicia e aquece o coração do mais empedernido dos leitores porque não há nada que ressoe mais num espectador do que a fragilidade física ou psicológica de um humano e da esperança na cura. Às vezes, é só preciso um pequeno gesto para mudar tudo e sarar feridas há muito abertas. 
The Invention of Hugo Cabret distingue-se por ser mais que uma leitura. É uma viagem única!

7/7- OBRA- PRIMA

EM VÍDEO:

 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Devaneio do dia... A crónica do desrespeito pelo leitor


O mundo editorial é porventura, algo muito complicado que nunca compreenderei. Porém, eu sei o que é ser leitora e sei o que é esperar ansiosamente que os livros cheguem às livrarias para os poder adquirir. Também que sei que, actualmente, ler é um luxo e, muitos, só vêem letras nos papéis de jornal sob os quais dormem. Em Portugal, sou uma privilegiada por poder dispensar alguns cêntimos para me dar ao luxo de ler... As editoras trazem-nos o tão desejado fruto proibido. Como convém a um bom vendedor fazem marketing das obras literárias, dos autores e referem, por vezes, a sua repercussão internacionalmente tornando o fruto ainda mais apetecível.  Há quem fique tão fascinado pela refeição que se seguirá que, compra-o imediatamente, desejoso para a devorar. O mais comedido aguarda que o fruto amadureça, subentenda-se que o preço desça, e compra-o mais tarde em promoção ou num alfarrabista. Eu enquadro-me nos avarentos que preferem adquiri-lo quanto já está mais maduro. 


Não obstante, até o mais fuinha dos leitores cai na esparrela de um fruto que é tão delicioso que é impossível de resistir. E eu caí... Paullina Simons era uma das autoras que ansiava e desesperava por ler e, quando, as Edições ASA a publicaram, rejubilei e adquiri O Grande Amor da minha vida. É o primeiro volume da trilogia Tatiana & Alexander. No original chama-se The Bronze Horseman. Parecia um sonho, a leitura foi magnífica e o segundo fruto não tardaria a sair. E ele saiu mas, desta vez, foi manchado pelo pecado de lhe retirarem-lhe três capítulos. Esta deformidade imposta pelos seus criadores, os ASA,  não foi mencionada pelos mesmos. Provavelmente, foi descoberta por um daqueles leitores fascinados que não quis esperar e comprou-o. 





Este Vasco da Gama, dos novos tempos não descobriu o caminho marítimo para a Índia mas, o percurso para o desrespeito pelo leitor. Sendo premeditado ou um erro de percalço, a verdade é que os seus criadores venderam gato por lebre e não especificaram que este fruto proibido tinha contra-indicações. Muitos leitores sofreram de indignação, raiva e ultraje por tamanha falácia. Alguns, crentes, no bom nome dos criadores, na sua competência e valor acreditaram que como, pecador arrependido, a ASA se limparia da imundície no terceiro volume. Afinal, à terceira é de vez! Pois, o terceiro livro não só confirmou a sujeira, como abriu um fosso entre a leitora que sou e os criadores. Alexander tem apenas 224 páginas e corresponde aos 3 capítulos desaparecidos e a um provável epílogo.



Assim, um conjunto de livros de livros que são publicitados como trilogia transformou-se numa duologia descabida e atrofiada. Para os mais ceguetas, está escrito na capa que, isto é, supostamente uma trilogia! Os criadores disseram que era uma "opção editorial". O que fazer perante uma desculpa tão esfarrapada? O fruto proibido não é mais apetecível... Está sujo e contaminado. Seria de esperar que os criadores ao produzirem um produto danificado se responsabilizassem pelas contra-indicações. Não, nenhuma palavra saiu das suas bocas. Concluindo, além de ceguetas, são mudos e moucos. Isso claro não faz o carácter de uma pessoa todavia, as suas acções apalermadas e hipócritas fazem. Ao fim deste tempo todo, quem estava cego era o leitor... Os ASA não querem saber de lealdade ou respeito... Eles espezinham na boa fé daqueles que esperavam um trabalho competente e sobretudo, leal para quem deu de comer a esses senhores ceguetas, mudos, moucos e hipócritas.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Fahrenheit 451 de Ray Bradbury


Guy Montag is a fireman. His job is to burn books, which are forbidden, being the source of all discord and unhappiness. Even so, Montag is unhappy; there is discord in his marriage. Are books hidden in his house? The Mechanical Hound of the Fire Department, armed with a lethal hypodermic, escorted by helicopters, is ready to track down those dissidents who defy society to preserve and read books.
The classic dystopian novel of a post-literate future, Fahrenheit 451 stands alongside Orwell’s 1984 and Huxley’s Brave New World as a prophetic account of Western civilization’s enslavement by the media, drugs and conformity.
Bradbury’s powerful and poetic prose combines with uncanny insight into the potential of technology to create a novel which, decades on from first publication, still has the power to dazzle and shock.

A MINHA OPINIÃO:

Fahrenheit 451 é um clássico distópico que, aparentemente, é amado e odiado com igual ferocidade. Contudo, esta leitura não despertou em mim nenhum destes sentimentos. Contém um mundo brilhante que, é desvendado, aos poucos, pelo autor, de modo intuitivo sem o massacre de pormenores desnecessários. A entrada neste ambiente é verdadeiramente subtil, a ideia de que os bombeiros ateam incêndios e queimam livros ao invés de os apagar é tão intrigante quando bizarra. Porém, o aspecto distópico é o mais agradável. As personagens, particularmente, o protagonista Guy Montag não é empático ou inspirador de qualquer emoção. É-me indiferente! Os diálogos têm um défice de vivacidade. São quase uma extensão da narração o que confere monotonia à leitura. Clarisse, outra das intervenientes deste clássico, é uma rapariga de dezassete anos que soa a um prodígio inverossímil.A sua relação com Montag é demasiado instantânea e sem sentimento. Culpo novamente a falta de vida nos diálogos! São demasiados etéreos, com várias ideias dispersas e poucas conclusões. A mulher de Montag, é uma sombra de pessoa e como tal é, impossível relacionarmos com ela. Há um certo sexismo subliminar nas linhas desta obra. À excepção de Clarisse que é , aborrecida de tão maravilhosa que é, as mulheres são retratadas como ser fraco e sem razões para o ser. Além disso, seria de esperar que de entre tantos livros e autores mencionados ao longo do livro, surgisse alguma escritora. Não surge... Algo que me é incompreensível. 
Fahrenheit 451 é um livro que me marcou pelo mundo criado no entanto, o seu conteúdo em personagens não me fascinou.

3/7- RAZOÁVEL

domingo, 24 de agosto de 2014

Luz Éfemera- Trilogia Langani III de Barbara & Stephanie Keating



 A SINOPSE CONTÉM SPOILERS PARA QUEM NÃO LEU OS LIVROS ANTERIORES!!! LEIA SÓ A OPINIÃO (MAIS ABAIXO) SE OS QUISER EVITAR!!! 
 
O último e arrebatador volume da trilogia Langani Em crianças, Hannah, Sarah e Camilla tornaram-se irmãs de sangue. Com o passar dos anos, conseguirá esta aliança manter-se inquebrável? Hannah e o marido são donos da fazenda Langani e do Safari Lodge. Juntos, lutam para preservar a vida selvagem e as suas terras, ameaçadas por caçadores furtivos e funcionários governamentais corruptos. Contudo, vai ser a relação entre a filha de ambos e um rapaz africano a constituir o verdadeiro teste à união familiar. Por seu lado, Sarah é uma reputada fotógrafa e investigadora da vida animal. A morte do seu amor de infância marcou com violência a sua entrada na idade adulta; tantos anos depois, procura ainda recuperar a inocência perdida. Camilla conseguiu vingar no exigente mundo da moda e parece estar prestes a viver plenamente o seu grande amor ao lado do carismático guia de safáris Anthony Chapman. Mas uma triste reviravolta ensombra a vida de ambos e ameaça agora estilhaçar os sonhos que em tempos partilharam. Passado nas regiões selvagens e imprevisíveis do Quénia, Luz Efémera é uma história de coragem, amizade, traição e sacrifício redentor.

A MINHA OPINIÃO:

Luz Éfemera confirma o meu encantamento por Langani! Apesar de, este livro não ser tão magnífico como os anteriores ainda assim, continua a ser belíssimo! As descrições de Barbara & Stephanie Keating trazem-nos a aridez, o exótico e o luxuriante de África, o verde viçoso da Irlanda, a alvura da Noruega, o requinte a elegância de Londres. Chega a ser desconcertante o quão bela é esta trilogia se nos esquecermos do mundo à volta e mergulharmos sem medos na sua imensidão. Neste volume, conhecemos Suniva, filha de Hannah e James, filho de uma história que as nossas protagonistas preferem não recordar. Porém, James desconhece este passado obscuro pois, era ainda um bebé de colo, quando chegou a Langani. Na verdade, ele, Suniva e o seu pequeno irmão, Piet são as personagens mais enternecedoras deste terceiro livro. A sua amizade assemelha-se aos primórdios da relação de Sarah, Camilla, Hannah, Anthony e Piet. Há uma atmosfera saudosista no ar como se a própria Langani, reconhecesse que é hora de um ciclo novo.
As nossas irmãs de sangue, Hannah,Camilla e Sarah mudaram... Hannah é mãe, esposa,  conduz uma das maiores fazendas e um asilo da vida selvagem no Quénia, um país ainda assolado pela mudança brusca de políticas, pela corrupção e pela caça furtiva.
Camilla vive, triunfante, como símbolo de beleza e de sucesso no mundo da moda. Mas, o seu júbilo não é completo. Como esquecer Anthony, o grande amor da sua vida? Anthony, é das personagens mais bem delineadas desta história. A sua paixão por Camilla ultrapassa o comum dos mortais todavia, os revezes que sempre marcaram a sua vida, impedem-no de viver feliz com a mulher que ama. A sua jornada é delicada e cada passo errado, é justificável. Às vezes, erramos para encontrar a verdade.
Sarah, célebre fotógrafa e defensora da vida selvagem está numa encruzilhada da vida. Como explicar ao seu cônjuge que a relação caiu na monotonia e na descrença? A própria Sarah está desmotivada e confusa e, não sabe o que fazer. Os seus dilemas são facilmente compreensíveis.
Rabingrah Singh também ganha protagonismo: a sua determinação, valor e busca pela verdade, é admirável mesmo, sendo dos intervenientes desta história que menos gosto devido, a impressão que me causou no segundo livro. Há algo nele que me antipatiza. Reconheço a sua importância para a história e até o seu carácter integro no entanto, não consigo me apaixonar completamente por ele. Talvez seja, por ter ocupado o "lugar" de uma das minhas personagens favoritas.
Luz Éfemera ainda mantém o brilho dos anteriores porque ainda nos prende à vida destes sobreviventes que amam a terra que os viu nascer. Uma terra cuja miscelânea de culturas, de religiões e políticas é tão fascinante quanto perigosa. Contudo, esta obra peca por se alongar em alguns momentos desnecessários para o desenvolvimento da história, por retroceder em certos aspectos como na intolerância e incompreensão de certos personagens. Seria demais pedir um certo amadurecimento? Hannah e Sarah são, por vezes, demasiado infantis e histéricas em situações de agonia, desespero ou emocionalmente aterrorizadoras. Compreende-se que ambas sobreviveram a uma tragédia de tamanho incalculável mas, às vezes, soa a demasiado dramatismo e é exaustivo de se ler.
Ainda assim, o terceiro e final volume da trilogia Langani continua a ser um relato maravilhoso de uma saga familiar e um testemunho de vitória e fraqueza humana!

6/7- EXCELENTE